O trigo é, sem dúvida, um dos cereais mais importantes para a alimentação dos brasileiros. Presente desde o pãozinho francês no café da manhã até a pizza do jantar, este grão é fundamental na nossa dieta. Mas você já se perguntou como é o processo que leva o trigo até a mesa do consumidor?
Tudo ocorre com o chamado Ciclo do Trigo! A partir do plantio, o trigo passa pelas fases de plântula, perfilhamento, alongamento, espigamento e maturação. Cada uma dessas etapas possui características e necessidades específicas para garantir o bom desenvolvimento da cultura.
Acompanhe este conteúdo especial do Universo AgroGalaxy e descubra tudo o que você precisa saber sobre o Ciclo do Trigo. Prepare-se para otimizar sua produção e saber mais!
Ciclo do Trigo: como começa o plantio?
O sucesso na produtividade do trigo vai depender de alguns cuidados importantes, o ideal é que a semeadura desta cultura seja realizada no período indicado pelo zoneamento agroclimático, que pode variar de acordo com cada município. Vale ressaltar que cada fase do trigo tem uma particularidade.
Na fase de emergência, a temperatura ideal do solo está em torno de 15ºC, e a umidade deve ser de cerca de 120mm (50 – 200mm). No perfilhamento, por outro lado, a temperatura recomendada é entre 8 e 18ºC, com umidade de 5mm/mês (30 a 80mm).
Entre o fim do perfilhamento e início do espigamento, a temperatura deve estar entre 8ºC e 20ºC, com 40mm em chuvas mensais. Já do espigamento à maturação, o ideal é uma temperatura por volta de 18ºC, com chuvas de até 60mm/mês. É importante lembrar que ventos fortes e geadas são extremamente danosos ao trigo e podem causar prejuízos à produtividade da lavoura.
Conheça as etapas do Ciclo do Trigo
Antes de mais nada, é importante saber que a duração do ciclo do trigo é de 100 a 170 dias, em média. A cultivar escolhida e as condições de clima e solo são alguns dos fatores que influenciam nessa variação. O ciclo do trigo é dividido em cinco fases, e como já mencionamos anteriormente, cada uma apresenta uma particularidade. Vamos conhecer cada uma delas a seguir.
1. Plântula do Trigo
A primeira fase do ciclo do trigo é marcada pela germinação da semente. Nesse momento, podemos identificar a emergência da planta na superfície, que ocorre entre 5 a 7 dias após o plantio geralmente, a partir daí temos o início da fase de plântula, caracterizada pelo aparecimento das 3 primeiras folhas verdadeiras, que ocorre entre 12 a 16 dias.
2. Perfilhamento do Trigo
A fase de perfilhamento é marcada pelo surgimento dos perfilhos, pequenos brotos que se desenvolvem a partir da planta original. Em média, podem aparecer de 7 a 8 unidades de perfilhos. Essa fase do ciclo do trigo dura de 15 a 17 dias.
3. Alongamento do Trigo
Durante a fase de alongamento, surge o primeiro nó do colmo. É nessa fase que a planta cresce e a última folha aparece, permitindo que a planta se exponha ainda mais à luz solar para realizar a fotossíntese e converter a energia adquirida em amidos e açúcares que serão armazenados nos grãos de trigo. O alongamento tem duração média de 15 a 18 dias, resultando no emborrachamento.
4. Espigamento do Trigo
A fase de espigamento do trigo é caracterizada pela emergência completa da espiga, floração, frutificação e início do enchimento dos grãos. Essa etapa crucial do ciclo do trigo tem duração média de 12 a 16 dias.
5. Maturação do Trigo
A última fase do ciclo do trigo, a maturação, tem duração média de 30 a 40 dias. Durante essa fase, ocorre o término do enchimento dos grãos e sua maturação. É nessa fase também que a planta começa a secar e adquire sua cor dourada característica, indicando que está pronta para a colheita.
Cuidados na Colheita de Trigo
A colheita de trigo requer cuidados meticulosos para garantir a obtenção de grãos de alta qualidade e maximizar o rendimento da safra. O momento ideal para a colheita é quando os grãos atingem o teor de umidade adequado, evitando perdas por quebra ou derramamento.
Utilizando máquinas colheitadeiras bem reguladas, o agricultor deve trabalhar em condições climáticas favoráveis para minimizar danos aos grãos e às plantas. Além disso, é essencial ajustar a velocidade de operação da colheitadeira de acordo com a quantidade de palha a ser processada, buscando um equilíbrio entre eficiência e preservação dos grãos.
A colheita deve ser realizada de forma gradual, acompanhando a maturação das áreas do campo, a fim de evitar a mistura de grãos de diferentes estágios. Uma vez colhido, o trigo deve ser armazenado em locais adequados e ventilados para evitar a proliferação de fungos e insetos. Portanto, a adoção de práticas cautelosas durante a colheita é crucial para garantir a qualidade e a rentabilidade da produção de trigo.
Quando acontece a colheita do trigo?
Primeiro, é importante reforçar que o período do ano de desenvolvimento da planta pode variar de acordo com a região do país. Podemos dizer que, de maneira geral, a colheita do trigo pode acontecer após 110 e 120 dias do plantio, a partir do momento em que a planta apresenta coloração amarelada, espigas com peso e grãos duros.
Um ponto de atenção nessa fase é a umidade do grão, pois esse aspecto vai influenciar no armazenamento do mesmo e no seu valor de venda. A recomendação ideal de umidade é de até 13%. Pode ser necessário realizar a colheita antes de atingir o percentual adequado, e nesses casos, é recomendado realizar a secagem dos grãos antes de armazenar.
Como é feita a colheita de trigo?
Apesar de não ser a única alternativa, utilizar máquinas colheitadeiras é considerada a melhor técnica para realizar a colheita de trigo. Isso acontece porque, além da própria colheita, as máquinas também descascam os grãos e realizam a limpeza de forma simultânea.
Existe ainda a colheita manual, escolhida principalmente para plantações menores. Nessa técnica, o trigo maduro é cortado e depois amarrado em feixes, para preparar para a secagem. Falaremos mais sobre as duas técnicas a seguir.
Diferenças entre colheita manual e mecanizada
Como o nome sugere, a colheita manual é feita de forma “braçal”, ou seja, o próprio trabalhador rural deverá colher e retirar o grão da planta, com ferramentas mais simples. Esse método permite maior conservação do solo, pois danifica menos a terra para o plantio seguinte, e, por isso, é considerado ainda uma alternativa mais sustentável.
Já na colheita mecanizada faz-se o uso de máquinas colheitadeiras, que colhem e preparam o grão, como mencionamos anteriormente. Um ponto positivo desse método é a possibilidade de maior cobertura da lavoura para a colheita.
Além disso, quando aliada a dispositivos de agricultura digital, esse trabalho fica ainda mais fácil, e o processo de colheita ocorre de forma mais rápida. O método representa ainda maior salubridade e segurança aos trabalhadores do campo.
Como evitar perdas na colheita de trigo?
Existem algumas práticas que podem ajudar a evitar perdas na colheita de trigo, como os cuidados na pré-colheita. Pragas, condições meteorológicas pouco favoráveis e acamamento de plantas são alguns fatores que podem prejudicar o amadurecimento. Para evitá-los, é essencial acompanhar de perto o desenvolvimento das plantas, investindo em ações pontuais para contornar os problemas, como aplicação de defensivos, etc.
O maquinário de colheita também pode causar perdas quando não for bem regulado, por isso, é importante verificar e ajustar suas máquinas de acordo com a realidade e necessidade da sua plantação, regulando a velocidade de deslocamento, espaço entre brocas e altura da plataforma de corte.
Ainda referente às máquinas mal reguladas, a etapa de separação e limpeza dos grãos também deve estar bem ajustada. É importante que o saco-palha não fique sobrecarregado, e verificar ainda a função de abertura das peneiras, suas limpezas e velocidade de rotação do ventilador.
Pós-colheita do Trigo: o que fazer?
Após a colheita do trigo, ele deve ser submetido a uma série de cuidados essenciais. Inicialmente, o agricultor procede com a trilha, separando os grãos das espigas. Em seguida, é fundamental realizar a limpeza minuciosa para eliminar impurezas e resíduos e então, o trigo é armazenado em condições adequadas de temperatura e umidade, visando preservar sua qualidade e prevenir o desenvolvimento de fungos e insetos.
A etapa subsequente envolve a secagem, que reduz o teor de umidade e evita a deterioração. A correta execução desses procedimentos é imprescindível para assegurar a durabilidade e a comercialização satisfatória do trigo pós-colheita.
Secagem
Primeiro, devemos focar na secagem de trigo, uma operação crucial durante a pós-colheita do trigo, pois é ele quem garante melhor planejamento e, por consequência, um emprego mais eficiente dos equipamentos e mão-de-obra, para manter a qualidade do produto.
Em média, é recomendado um teor de umidade de 13% para poder armazenar o trigo colhido, e por isso, aqueles com umidade superior ao número sugerido, deverão ser submetidos à secagem. Importante saber ainda que quando a umidade for superior a 16%, é recomendada a secagem lenta, evitando danos físicos no grão.
Outro ponto de atenção está ligado à temperatura de entrada do ar de secagem, que vai variar de acordo com o tipo de secador utilizado.
Armazenamento
É preciso ter muito cuidado com o armazenamento do trigo, já que essa etapa pode trazer perdas significativas ao produtor. Altas umidades e altas temperaturas, por exemplo, favorecem a proliferação de contaminantes e atraem pragas, o que pode contribuir para a deterioração e contaminação do produto armazenado.
Foque em proporcionar uma boa estrutura física para o armazenamento, e atrelado a isso, é fundamental garantir uma logística adequada, optando por colaboradores treinados e capacitados para o manejo do trigo nessa etapa.
Manejo Integrado de Pragas na colheita do trigo
O Manejo Integrado de Pragas também pode – e deve! – ser realizado na pós-colheita do trigo, já que muitos problemas podem surgir a partir da presença de insetos. O MIP reúne diversas medidas que ajudam a reduzir e até evitar danos causados por esses invasores no produto.
Evitar misturar lotes não infestados com outros já infestados é uma das etapas desse processo, por exemplo. Além disso, ainda é necessário usar identificar corretamente as pragas, proteger os grãos com inseticidas, conhecer a resistência dos insetos antes de aplicar inseticidas químicos, realizar o tratamento curativo, focar no monitoramento da massa dos grãos e buscar eliminar os focos de infestação.
Como evitar perdas na colheita de trigo?
Para evitar perdas na colheita de trigo, existem alguns tipos de tratamentos que podem ser aplicados no campo para reduzir os efeitos de pragas e insetos. Abaixo, falaremos sobre o tratamento curativo e o preventivo de grãos.
Tratamento curativo
O tratamento curativo consiste em expelir os grãos que apresentem infestação com a ajuda de um produto chamado fosfina. Tenha sempre em mente que esse tipo de processo deve ser realizado em armazéns, silos de concreto, câmaras de expurgo, porões de navios ou vagões.
E, em qualquer uma das opções, é essencial garantir vedação total, com atenção ao período de exposição e dose indicada para o controle das pragas.
Tratamento preventivo de grãos
No tratamento preventivo de grãos, é realizada a aplicação de inseticidas químicos protetores de grãos no momento do armazenamento. A aplicação pode ser feita como pulverização, e é importante garantir uma boa mistura do inseticida com a massa de grãos.
Outra possibilidade é usar a pulverização para proteção de grãos armazenados em sacaria, seguindo a dose registrada e indicada.
Monitoramento da massa de grãos
Depois de armazenado, é fundamental monitorar o trigo durante todo o período em que estiver estocado. Acompanhar a massa de grãos para evitar a presença de pragas é essencial, já que apenas com monitoramento constante você poderá detectar a infestação desde o início e realizar o manejo adequado.
Agora que você já domina tudo sobre o ciclo do trigo, que tal conhecer outros temas sobre a Cultura do Trigo? Acompanhe todos os conteúdos exclusivos do Universo AgroGalaxy e fique por dentro das melhores práticas para garantir o sucesso da sua produção!
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