O milho é uma cultura de grande importância mundial, cultivado em diversas regiões e climas. Entretanto, ele está sujeito a pragas e doenças que podem afetar seriamente a sua produtividade e qualidade dos grãos.
É essencial que o produtor saiba manejá-las corretamente para minimizar as perdas, recuperar ao máximo a cultura e também evitar outros prejuízos, como os impactos negativos na saúde do solo, que afetam os cultivos posteriores.
Continue lendo para entender mais sobre as principais pragas do milho e como se precaver, garantindo uma produção muito mais saudável e eficaz!
Conheça as principais pragas do milho
É importante considerar o tipo de hospedeiro, aspectos visíveis das plantas e análises específicas para desenvolver estratégias rápidas e efetivas no combate às infestações na cultura do milho. Confira todos esses aspectos e saiba qual manejo específico é mais recomendado.
Pragas do milho: Insetos
- Lagarta do Cartucho do Milho: um dos tipos de insetos invasores mais comuns na cultura do milho, cujo ataque costuma acontecer próximo do florescimento. A lagarta Spodoptera frugiperda se alimenta principalmente das folhas, deixando um aspecto de ‘’raspado’’ ou ‘’mastigado’’, podendo avançar para outras partes da planta.
- Percevejos do milho: estes insetos têm um alto poder destrutivo, pois sua ação pode ser silenciosa e muitas vezes passar despercebida se não há o monitoramento e análise constante da lavoura. Existem os tipos percevejo-marrom, percevejo barriga-verde e o percevejo-castanho, e todos afetam o desenvolvimento e a produtividade, provocando séria deficiência nutricional e hídrica das plantas.
- Diabrotica speciosa: também conhecida como broca-do-milho, é comumente encontrada nas produções de grãos, como milho, soja e feijão. A Diabrotica é um pequeno besouro ovalado de coloração específica, com o corpo esverdeado e manchas amarelas, que ataca toda a estrutura da planta, da raiz ao pólen, causando enfraquecimento, deformação do colmo e dos grãos, desfolhamento, além de deficiências nutricionais e hídricas.
Diversos outros insetos estão envolvidos na infestação de pragas em culturas de milho, como a lagarta-rosca, lagarta da espiga, coró, pulgão, entre outros.
Pragas do milho: Doenças
Algumas das principais doenças que afetam a cultura do milho incluem:
- Ferrugem: podendo ser do tipo comum, polissora e tropical, a ferrugem pode causar grandes prejuízos no milharal. Épocas mais quentes e úmidas são propícias para o desenvolvimento da doença, e seu controle envolve, principalmente, a escolha de cultivares híbridos resistentes e o uso de fungicidas.
- Enfezamento: causado pela cigarrinha do milho, tanto o tipo pálido quanto o vermelho podem trazer prejuízos significativos à cultura. É caracterizado pela mudança na coloração das bordas das folhas, e seu manejo de controle integrado inclui a eliminação de plantas daninhas, evitar plantios sucessivos e adaptação do plantio à estação.
- Mancha branca (Phaeosphaeria maydis e Bipolaris maydis): afeta amplamente as culturas de milho brasileiras e pode ser de origem fúngica ou bacteriana, como a Pantoea ananatis. As lesões aparecem nas folhas com aspecto esbranquiçado, acinzentado ou amarronzado, e é preciso ter muito cuidado com os restos de culturas infectadas antes de realizar um novo plantio, necessitando ser descartada completamente.
- Antracnose: causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, é caracterizada por uma listra escura no centro das folhas e pode atingir todas as partes da planta. Utilizar variedades mais resistentes e adubação adequada pode ajudar na prevenção da doença.
Outras doenças também podem afetar a cultura do milho, como helmintosporiose, mosaico-comum, cercosporiose, nematóides e outros.
Pragas do milho: Animais Pequenos
Algumas espécies de pequenos animais também podem invadir as culturas de milho e causar prejuízos à lavoura. Entre os principais estão:
- Nematóides: vermes que parasitam principalmente entre as raízes do milho, causando sérias deficiências nutricionais e afetando o desenvolvimento da cultura. Segundo a Embrapa, a utilização de cultivares resistentes é a forma mais efetiva de controle da praga, além de rotação de cultura, uso de ‘’plantas armadilhas’’ e o controle químico.
- Roedores: os principais tipos de roedores que invadem as culturas e armazenamento do milho são os ratos, que se alimentam das sementes, caules e raízes das plantas e podem transmitir doenças como leptospirose. Algumas formas de controle envolvem o uso de barreiras físicas no local de armazenamento, a utilização de iscas raticidas e a eliminação constante de lixo no local.
- Aves: espécies como pardais e maritacas se alimentam das sementes, grãos e palha do milho, podem invadir e causar prejuízos à cultura. Pesquisas apontam que a utilização do Controle Integrado de Aves Invasoras (CIA) é o melhor método para lidar com esse problema, assim como técnicas de rotação de culturas, manejo de resíduos, adequação da adubação e controles químico e biológico.
Monitoramento e Identificação de Pragas
O monitoramento constante e a identificação de pragas são fatores cruciais no controle de pragas na lavoura. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) recomenda realizar análises de amostras do solo com 30×15 cm de profundidade, retiradas por meio de uma peneira para detectar insetos. Além disso, diversos outros métodos de análise são recomendados especificamente para cada doença ou grupo de hospedeiro.
O monitoramento deve ser realizado continuamente, sendo a forma mais eficaz através do mapeamento georreferenciado dos talhões, com o apoio da Agricultura Digital.
Como controlar as pragas do milho?
Existem técnicas amplamente utilizadas e conhecidas para controle de pragas nas lavouras. Entre elas, podemos citar a rotação de culturas, o uso de defensivos, o manejo integrado, o uso de cultivares resistentes, manejo do solo e outros. Na maioria das vezes, o produtor utilizará mais de uma técnica para combater as pragas na lavoura.
Confira alguns outros métodos eficientes no controle de pragas do milho.
Controle químico
Recentemente, o controle químico tem mudado sua forma de utilização. Visando reduzir os danos ao solo, ecossistema e meio ambiente, há uma crescente busca por produtos sustentáveis e produtos que atuem especificamente sobre um grupo específico de praga ou doença.
Na cultura do milho, normalmente o controle químico e o monitoramento andam de mãos dadas, já que muitas pragas se desenvolvem a cerca de 30 cm do solo, no sistema radicular das plantas.
O tipo de produto utilizado no controle químico vai depender do tipo de praga ou doença que se deseja eliminar, pois cada defensivo age de forma específica, por um período específico. Por isso, a análise e identificação são fatores cruciais nesse processo.
É importante ressaltar que o uso da tecnologia com a Agricultura de Precisão tem sido um importante aliado nas análises e monitoramentos, permitindo um controle mais assertivo da lavoura.
Tratamento de sementes
Outro método bastante efetivo no controle das principais pragas do milho é o tratamento de sementes, que consiste na aplicação de uma substância ativa sobre as sementes, protegendo-as contra infestações na fase inicial, durante a semeadura e germinação.
Esta pode ser uma técnica sustentável, já que diminui a necessidade de pulverização ampla nas plantas após emergirem do solo, agindo de forma mais pontual e poupando também os inimigos naturais da produção de serem afetados pelo uso dos defensivos.
Técnicas de Manejo Cultural
O manejo cultural consiste em técnicas que visam reduzir as chances de proliferação e instalação de pragas e doenças no cultivo. Essas técnicas envolvem a escolha de cultivares resistentes, um manejo eficiente de resíduos, a rotação de culturas não hospedeiras de pragas do milho, uma adubação adequada para aumentar a saúde da cultura, entre outras práticas que fazem parte do Manejo Integrado de Pragas (MIP). O MIP combina diversos métodos para proporcionar um controle de pragas e doenças muito mais efetivo na cultura do milho.
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