Com um cenário cada vez maior de ervas daninhas na cultura da soja resistentes a herbicidas, atualmente segundo o HRAC – BR (Associação Brasileira de Ação a Resistência de Plantas Daninhas ao Herbicidas) temos em torno de 50 ervas resistentes a um ou mais herbicidas aqui no Brasil, os principais são Capim Amargoso (Digitaria insularis), Buva (Conyza ssp), Capim Pé de Galinha (Eleusine indica) e Caruru (Amaranthus palmeri).

A resistência de todas essas ervas daninhas muitas das vezes se deu pela má utilização dos herbicidas que as controlavam. Hoje, para as controlar, dependemos de outras ferramentas. Com isso, a utilização dos herbicidas pré-emergentes surge como uma das opções para manejarmos a resistência das ervas daninhas na cultura da soja.

A utilização percentual de herbicidas pré-emergentes nas lavouras de soja já foi muito grande. Hoje se estima que de 14 a 18% da área de soja plantada seja tratada com algum herbicida pré-emergente. A queda na utilização se deve com a introdução da tecnologia RR (Roundup Ready) e a sua alta eficácia que entregou por muitos anos até que também começamos a ter problemas de resistência de ervas daninhas ao Glifosato.

Para utilização eficaz dos herbicidas pré-emergentes devemos tomar alguns cuidados. Começando por conhecer quais as ervas daninhas e o banco de sementes presentes na área. Assim, saberemos qual cultura será instalada e qual a cultura que será plantada posteriormente. Desta maneira, poderemos escolher herbicidas que sejam seletivos a cultura que será instalada e que não tenhamos problemas com o efeito “Carryover” na cultura posterior.

Com isso devemos realizar uma excelente dessecação para reduzirmos a quantidade de matéria que impedirá o herbicida de chegar ao solo. A aplicação do herbicida pré-emergente pode ser realizada de duas formas: aplique e plante ou plante e aplique. O que vai depender da escolha da metodologia de aplicação será o quanto a operação de plantio vai revolver a palhada no momento do plantio. Em grande parte das vezes, é adotado o método de aplique e plante. Volume de calda para essa operação deve ser seguida segundo as bulas dos produtos utilizados.

Os benefícios da utilização desta tecnologia são:

  • a rotação de mecanismos de ação dos herbicidas;
  • redução no número de aplicações na pós emergência;
  • redução no banco de sementes;
  • redução na matocompetição inicial.

Com isso não há diminuição na produtividade nem prejuízo ao agricultor.

Quando ocorre a utilização de herbicidas pré-emergentes, não teremos a erradicação de todas as ervas daninhas, mas sim uma supressão inicial onde a cultura de interesse tenha maior chance de se desenvolver com uma competição menor.

Assim, os herbicidas de pós-emergência terão uma melhor eficácia. A realização de uma rotação de mecanismos de ação de herbicidas, colabora diminuindo as chances de ocorrência de mais ervas daninhas resistentes aos herbicidas.

Uma imagem contendo ao ar livre, marrom, madeira, coberto

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Sapo entre folhas verdes

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