Plantas daninhas são aquelas que nascem em locais indesejados, e as plantas daninhas da soja representam uma das principais ameaças à produtividade na lavoura. Uma vez que nascem na cultura, as daninhas passam a competir por água e nutrientes, e assim, podem causar danos irreversíveis à produção.
Existem diversas espécies de plantas daninhas que afetam essa cultura por todo o país. Porém, devemos dar atenção especial a cinco delas, que estão presentes em todas as regiões e podem apresentar resistência aos herbicidas. Conheça as principais plantas daninhas da soja e saiba o que fazer para controlá-las, mantendo a saúde da sua produção.
1. Capim-amargoso (Digitaria insularis)
O capim-amargoso é um dos principais problemas no campo atualmente. O controle desta daninha é mais difícil, já que sua reprodução ocorre via sementes e em curtos rizomas. A presença de apenas uma planta de capim-amargoso por metro quadrado pode causar uma perda de até 20% na produtividade.
Alguns dos herbicidas registrados para o controle do capim-amargoso são graminicidas, diclosulam, glifosato, glufosinato, s-metolachlor e trifluralina. Pesquisas indicam bons resultados a partir do uso de diclosulam, trifluralina, trifluralina + imazetapir ou s-metolacloro, todos em pré-emergência. Fique atento: em alguns casos, pode ser necessário mais aplicações dos herbicidas.
2. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
A capim-pé-de-galinha é uma planta perene, que tem reprodução por sementes. Esta daninha pode se desenvolver em qualquer tipo de solo, principalmente nos locais de temperatura e umidade elevadas.
Para controlar o capim-pé-de-galinha na soja, os herbicidas registrados são graminicidas, metribuzin, sulfentrazone, glifosato, glufosinato, s-metolachlor, trifluralina, combinação de carfentrazone + clomazone, clomazone, combinação de glifosato + imazethapyr e combinação de glifosato + s-metolachlor.
3. Amendoim-bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)
O amendoim-bravo tem algumas características que dificultam seu controle, como o rápido crescimento vegetativo, a germinação em maiores profundidades, e a viabilidade longa de suas sementes. Esta é uma daninha de ciclo anual, pouco ramificada, e sua reprodução ocorre por sementes.
Entre os herbicidas recomendados no combate à leiteira, estão registrados 2,4-D, combinação de acifluorfen + bentazon, chlorimuron, dicamba, diclosulam, diquat, combinação de fluazifop + fomesafen, sulfentrazone, saflufenacil, lactofen, mazethapyr, imazaquin, imazamox, glufosinato e combinação de glifosato + imazethapyr.
4. Buva (Conyza sumatrensis, C. bonariensis e C. canadensis)
A buva é uma espécie anual, que tem sua reprodução por sementes, e apresenta grande risco à produção. Suas sementes são extremamente leves, e por isso, sua dispersão ocorre principalmente pelo vento, e as sementes permanecem viáveis por um longo tempo no solo. Fique atento, pois essas plantas também podem ser hospedeiras de doenças e pragas.
Para combater a buva, recomenda-se o uso dos herbicidas 2,4-D, chlorimuron, diclosulam, imazethapyr, glifosato, saflufenacil, canadensis, sulfentrazone, dicamba, diquat, flumioxazin, imazapyr e glufosinato.
5. Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Atente-se ao surgimento da trapoeraba principalmente no período final do ciclo da soja. É importante controlar a daninha não apenas pelo ciclo atual, já que esta também pode prejudicar a próxima cultura. A trapoeraba é tolerante ao glifosato, e possui produção de sementes aéreas e subterrâneas.
Para o controle da planta, os herbicidas registrados são 2,4-D, glufosinato, chlorimuron, sulfentrazone, combinação de glifosato + imazethapyr, dicamba, clomazone, carfentrazone, lactofen, imazethapyr, s-metolachlor, fomesafen e flumioxazin.
A importância dos herbicidas em pré-emergência na soja
Como vimos, algumas das plantas daninhas de soja citadas desenvolveram resistência a determinados herbicidas. Isso é resultado do uso frequente e excessivo de um mesmo produto na mesma lavoura. Para evitar o surgimento de daninhas tolerantes, o uso de herbicidas em pré-emergência na soja se mostra uma boa alternativa.
Além disso, o uso também deve diminuir a necessidade do uso de herbicidas pós-emergentes. Porém, é importante ter em mente que o uso destes e de qualquer produto na sua produção deve ser acompanhado de conhecimento sobre diversas questões, como a interação com o solo, a umidade, a seletividade para a cultura escolhida, entre outros pontos.
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Por Especialistas TechA:
Cesar Carrijo
Erich Duarte
Fabio Mutta
Rafael Tadeu dos Santos