O milho, uma herança indígena que se tornou um dos principais alimentos produzidos e consumidos no Brasil, tem um papel fundamental na nossa cultura e economia, dados oficiais do Ministério da Agricultura e Pecuária sobre a exportação do agronegócio em 2023 comprovam esse fato: estima-se que volume exportado de milho chegou a 8,44 milhões de toneladas em outubro de 2023.

Para que a produção brasileira esteja sempre em alta atendendo a demanda interna e externa, é necessário um cuidado especial com o cultivo, no entanto, um dos desafios que os agricultores têm de lidar frequentemente é a deficiência de zinco no milho.

Pensando nisso, no conteúdo de hoje, vamos conhecer a melhor forma de diagnosticar a deficiência de zinco no milho e como corrigi-la através da fertilização para uma colheita produtiva. Siga a leitura no Universo AgroGalaxy e saiba mais!

O que é zinco e quais seus benefícios para o milho? 

O zinco é um micronutriente essencial que desempenha um papel vital no crescimento e desenvolvimento de toda e qualquer planta, mesmo que em pequenas quantidades. Sendo assim, a deficiência de zinco no milho pode comprometer processos fundamentais para a planta, como:

  1. Síntese de proteínas: a deficiência de zinco no milho pode levar a uma produção reduzida de proteínas, que afeta diretamente o crescimento e desenvolvimento da planta.
  1. Fotossíntese: no processo de fotossíntese, o zinco funciona como um catalisador participando de várias reações enzimáticas que contribuem para a produção de ATP,  a principal molécula de energia nas células das plantas. 
  1. Regulação do crescimento: esse micronutriente está envolvido na produção de auxinas, que são hormônios vegetais que estimulam o alongamento celular das plantas e regulam seu crescimento. Assim, a deficiência de zinco pode resultar em um crescimento atrofiado.
  1. Resistência a doenças e estresse: o zinco ajuda a aumentar a resistência das plantas a doenças e condições de estresse, como seca ou temperaturas extremas.

Outro impacto da deficiência de zinco no milho é a diminuição da geração de açúcar e produção de sementes, causando queda na qualidade dos grãos e no rendimento final da colheita.

Sintomas da deficiência de zinco no milho 

Responsável pela redução de até 40% do rendimento da cultura do milho, a deficiência de zinco no milho é acompanhada por uma série de sintomas que são visíveis à olho nu

Os sinais mais comuns dessa deficiência incluem a clorose em folhas jovens, que adquirem um tom amarelo pálido devido ao déficit de clorofila, contrastando com as veias que permanecem verdes. 

Outro sintoma causado pela deficiência de zinco no milho é o crescimento inadequado da planta que resulta em um tamanho menor do que o esperado, também conhecido como nanismo ou crescimento atrofiado.

O atraso na maturação, também é um sinal indicador de deficiência de zinco no milho, visto que esse micronutriente é essencial para o ciclo de crescimento e produção do milho. Outra consequência direta da deficiência de zinco no milho é a redução na produção de grãos, que pode ter consequências econômicas expressivas, pois afeta a quantidade de produto disponível para venda.

Fatores que agravam a deficiência de zinco no milho 

Antes de tomar qualquer decisão para mitigar o problema da deficiência de zinco no milho, é importante levar em consideração que existem vários fatores que podem intensificá-la. 

Solos alcalinos e calcários, que são naturalmente pobres em zinco, podem aumentar a probabilidade das plantas cultivadas neles sofrerem com essa deficiência, outro tipo de solo que pode contribuir para a deficiência de zinco no milho são os solos ricos em fósforo, dado que o fósforo inibe a absorção do zinco pelas plantas.

Outro fator que pode agravar a deficiência de zinco no milho é a adoção de práticas inadequadas de irrigação, pois tanto o excesso quanto a insuficiência, podem levar à lixiviação, um processo de retirada de nutrientes do solo, tornando o zinco inacessível para as plantas.

Como diagnosticar a deficiência de zinco no milho? 

Além de observar os sintomas visuais, para maior assertividade na escolha do tratamento adequado, é essencial realizar um diagnóstico da deficiência de zinco no milho. Dentre os principais métodos de diagnóstico utilizados, temos:

Testes de solo 

São realizados a partir da coleta de amostras de solo que passam por um processo de análise capaz de determinar a qualidade do solo e a ausência de minerais importantes, como testes de pH, carbono orgânico, fósforo disponível, potássio, cálcio, magnésio e o zinco.

A partir dos resultados obtidos no laudo da análise de solo, pode-se observar os níveis de zinco presentes no solo. Se os níveis estiverem abaixo do que é considerado o teor ideal para o solo analisado, é possível que ocorra a deficiência de zinco no milho que será plantado nele.

Análise foliar 

Outra forma eficaz de diagnosticar a deficiência do zinco no milho é o método da análise foliar, que consiste na verificação do equilíbrio nutricional da planta por meio da análise laboratorial dos micronutrientes presentes nas folhas do milho.

A grande vantagem de realizar a análise foliar em caso de suspeitas de deficiência de zinco no milho, é que esse método permite a identificação do problema antes que os sintomas visíveis se manifestem na planta, permitindo a implementação de medidas corretivas em tempo hábil.

Como combater a deficiência de zinco no milho com a fertilização 

A deficiência de zinco no milho é um problema relativamente comum nas lavouras que pode ser combatido com a união de um diagnóstico preciso e a fertilização adequada. Existem três formas principais de aplicação de zinco no milho: aplicação no solo, fertirrigação e aplicação foliar.

Aplicação no solo 

Um dos métodos mais tradicionais no combate à deficiência do zinco no milho é a aplicação de zinco no solo. 

A partir da análise do solo é possível determinar a quantidade de zinco presente e a quantidade necessária para corrigir a deficiência. O sulfato e o carbonato de zinco são algumas das principais fontes utilizadas.

Fertirrigação de zinco no milho 

Na fertirrigação, o zinco é dissolvido em água e aplicado diretamente nas raízes por meio de irrigação, o que facilita a absorção desse mineral e combate a deficiência do zinco no milho diminuindo seus sintomas. No entanto, é importante monitorar cuidadosamente a quantidade de zinco aplicada para evitar excessos que possam prejudicar as plantas.

Aplicação foliar de zinco no milho

A aplicação foliar é recomendada quando a deficiência de zinco no milho é detectada durante a fase de crescimento, onde o processo de aplicação do zinco se dá pela pulverização direta desse micronutriente nas folhas do milho, permitindo que ele seja rapidamente absorvido pelas células da planta.

Diagnosticar e corrigir a deficiência de zinco no milho são processos muito importantes para garantir o bom desempenho e a produtividade na lavoura. E agora que você já sabe disso, confira mais dicas e informações sobre a Cultura do Milho e potencialize o sucesso da sua lavoura com o Universo AgroGalaxy!

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