A cultura da soja, um dos principais produtos agrícolas do Brasil, é significativamente afetada durante os períodos de El Niño. 

Este fenômeno climático natural ocorre no Oceano Pacífico tropical e envolve o aquecimento das águas superficiais da região, causando alterações nas condições climáticas globais, incluindo o Brasil, e trazendo desafios para todo o setor agrícola. Essas mudanças climáticas podem causar redução na produtividade da soja, atraso no plantio e perdas na colheita. 

Continue a leitura para entender melhor como o El Niño impacta a cultura da soja e descubra estratégias para prevenir e mitigar seus efeitos.

Impacto do El Niño nas condições de umidade do solo para o cultivo de soja

Em anos de ocorrência do El Niño, com início no período de verão, obter previsões climáticas precisas e consistentes pode ser um desafio. A imprevisibilidade da regularidade e volume das chuvas pode afetar o desenvolvimento da soja devido aos extremos climáticos.

Historicamente, o fenômeno está associado a uma maior probabilidade de chuvas no final do ano e no início do ano seguinte, o que poderia beneficiar o cultivo da soja. No entanto, esse aumento no volume de chuva não garante uma distribuição adequada, ocorrendo precipitações intensas em um período, seguidas por altas temperaturas e evaporação da água em outros, prejudicando fases críticas do desenvolvimento da soja.

Variações nas estações de crescimento da soja sob a influência do El Niño

Durante o El Niño, as temperaturas e precipitações são em grande parte mais elevadas, podendo prolongar a duração do ciclo da soja. Estudos mostram que a duração média do ciclo é de 115 dias em anos neutros, mas com o fenômeno esse número se estende por mais 10 dias para atingir o ponto de colheita.

Essa variação nos estágios de crescimento da soja pode resultar em custos adicionais no cultivo e interferir nos planejamentos da produção.

Manejo da Água na Cultura da Soja sob El Niño

O manejo adequado da água é uma das principais estratégias para mitigar os efeitos do El Niño na cultura da soja. Em algumas regiões, a irrigação pode garantir a produtividade da soja, mesmo em períodos de seca.

No entanto, é importante tomar cuidado para não irrigar em excesso, que pode levar a problemas como o acamamento das plantas e o aumento do risco de doenças. Por isso, recomenda-se uma análise cuidadosa das estratégias de irrigação mais eficazes para minimizar os efeitos da escassez de água durante o El Niño.

Estratégias de irrigação eficientes para mitigar os efeitos da falta de água

Existem diversos sistemas de irrigação eficientes para otimizar o uso da água na cultura da soja, tais como:

  • Irrigação por aspersão: faz o racionamento da água dissipando-a através do ar;
  • Irrigação por gotejamento: deposita a água próxima às raízes, economizando no consumo de energia;
  • Irrigação por microaspersão: aumenta a umidade do ar e do solo de forma homogênea;
  • Irrigação localizada: utiliza jatos finos para irrigar precisamente o sistema radicular das plantas.

Além de escolher o sistema de irrigação mais apropriado para o agricultor e para a produção, também é necessário realizar o manejo da água correto, considerando fatores como o clima, condições do solo, estado geral da lavoura, variedade da soja, entre outros.

A irrigação da cultura da soja deve ser realizada na proporção e forma correta, conforme as especificidades, necessidades e análises, já que o suprimento adequado de água é vital para o transporte de nutrientes em todas as fases de desenvolvimento da planta, além de fortalecê-la contra os estresses abióticos.

A importância das tecnologias de monitoramento para otimizar a aplicação de água

Para garantir eficácia no manejo de irrigação, é importante investir em tecnologias que auxiliem em análises, monitoramento e até na previsão climática, como o uso da Agricultura de Precisão.

Com as ferramentas da Agricultura Digital, é possível obter maior previsibilidade, dados precisos sobre a lavoura e o clima local, monitoramento de pragas e produtividade, e tomar decisões mais assertivas, evitando o desperdício de recursos.

Aumento de pragas nos períodos de El Niño

Segundo a Embrapa, o ataque de pragas em períodos de El Niño pode resultar em perdas de 30% a 80% em toda a produção de soja, com possibilidade de afetar também outras oleaginosas e culturas como algodão e milho. 

Algumas pragas são mais propensas a serem propagadas durante esse evento climático, como o fungo causador da Ferrugem Asiática, Mancha Alvo e Oídio.

Condições favoráveis ao surgimento e proliferação de pragas durante El Niño

O aumento da temperatura e as alterações na umidade relativa do ar (tanto para mais, quanto para menos), junto do desequilíbrio nutricional das plantas e da microbiota do solo, tornam as culturas vulneráveis ao ataque e proliferação de pragas e doenças.

Para controlar esses problemas, é necessário adotar medidas como monitoramento constante, controle químico e biológico e práticas culturais adequadas ao cultivo da soja. Estas incluem cuidado com o solo, rotação de culturas, plantio direto e uso de insumos sustentáveis. Com essas estratégias, conseguimos mitigar os efeitos negativos causados pelo El Niño.

Continue acompanhando outros materiais ricos do Universo AgroGalaxy para se manter por dentro de tudo o que acontece no mundo do Agro e maximizar o seu desempenho no campo! 

Veja também: 

Você também pode gostar