Considerada a doença mais importante na Cafeicultura devido a intensa desfolha no cafeeiro e imensa perda de produtividade e qualidade. Uma doença de difícil controle em estágios avançados, por isso o controle da ferrugem do cafeeiro exige estratégias de manejo desde a escolha da cultivar adequada, passando pelo balanço nutricional e controle químico.

Conhecendo a Ferrugem do Cafeeiro

A ferrugem é um fungo da espécie Hemileia vastatrix, se caracteriza pelo aparecimento de pústulas com esporos de coloração amarelo escura a marrom na superfície das folhas. É um fungo denominado de parasita obrigatório, isto quer dizer que sua sobrevivência se dá somente em tecidos vivos, não havendo vida saprofítica de solo.

A principal via de disseminação, principalmente de área para outra, é: o vento, de planta para planta, mas a água é o agente mais eficiente. O sintoma mais característico é a desfolha das plantas (abscisão), o que pode retardar o desenvolvimento e definhar as plantas, comprometendo, assim, a produção.

Durante o ano, a planta de café apresenta períodos mais ou menos susceptíveis à ferrugem. Essas épocas também podem variar devido às condições climáticas. Nos meses de Junho a Setembro, as folhas se apresentam menos susceptíveis a penetração dos fungos devido às condições climáticas, então sua intensidade pode ser menor.

Porém, a partir do início das chuvas a ferrugem do cafeeiro, por exemplo, inicia a infestação nas folhas novas, pois são mais susceptíveis ao ataque. E se não realizado o controle adequado no mês de janeiro a infecção atinge a sua infestação. Lembrando que a desfolha causada pela ferrugem afeta também diretamente a safra posterior.

Manejo Integrado da ferrugem do cafeeiro

São quatro pontos fundamentais para um bom manejo de ferrugem do cafeeiro: Resistência Genética, Balanço Nutricional, Controle Químico, Espaçamento de plantio.

Resistência genética:

A escolha de cultivares resistentes ou tolerantes à ferrugem do cafeeiro, contribui positivamente para o bom manejo.

Balanço Nutricional:

Em qualquer plano de controle da ferrugem do cafeeiro, o efeito da carga pendente sobre o grau de ataque da ferrugem, deve ser observado. Adubações sub calculadas levam a um desgaste energético das plantas as deixando mais susceptíveis. E o contrário também é prejudicial, adubações em quantidades excessivas deixam as folhas mais susceptíveis a doenças. Isso acontece porque a nutrição mineral de plantas tem a capacidade de aumentar ou reduzir a suscetibilidade às doenças, interferindo nas estruturas histológicas e/ou morfológicas, nas funções dos tecidos, na virulência e na habilidade do patógeno em sobreviver.

Entre os 13 nutrientes minerais essenciais para qualquer cultura vegetal crescer e desenvolver destacam-se o fósforo (P), o potássio (K), o boro (B) e o nitrogênio (N), porém é importante que esses elementos estejam sempre em equilíbrio.

Controle químico:

O manejo de controle contra a ferrugem será extremamente eficiente se realizado preventivamente. O ideal é que seja feito por meio da aplicação de fungicidas cúpricos a base de cobre, moléculas de triazol e estrobilurina, nos meses de novembro até março a abril, dependendo das condições de chuva do ano e associados a outras técnicas de manejo.

É importante que se observe o período de residual de controle dos produtos para a reentrada, cuidando para esse período não se estender muito e possibilitarmos a multiplicação do patógeno. Fungicidas de solo também são utilizados no manejo químico, aplicados via drench no período onde se inicia a temporada de chuvas (out/nov), ele apresenta excelente residual de controle, sendo mais uma barreira para a doença. Moléculas como Triadmenol e Flutriafol são muito utilizadas nesse manejo.

Espaçamento:

A densidade das plantas deve ser ajustada para fornecer uma cobertura máxima sem bloquear a luz solar necessária para o amadurecimento dos frutos. Um espaçamento mais adensado pode acarretar em altas produtividades nos primeiros anos de cultivo, mas pode causar competição entre as plantas após seu completo desenvolvimento. E com a diminuição da circulação de ar e entrada de luz é criado um microclima favorável para a multiplicação de pragas e doenças.

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