A fitotoxicidade na soja é um assunto delicado, que merece atenção especial para não prejudicar a produção. Ao mesmo tempo que a aplicação de herbicidas pode reduzir a produtividade, a não aplicação também pode afetar ainda mais a produção.
A seguir, vamos explicar o fenômeno e a melhor maneira de lidar com a situação de forma equilibrada.
O que é a fitotoxicidade na soja?
Para entender a fitotoxicidade na soja, é importante entender primeiro do que se trata a fitotoxicidade. Estamos falando da capacidade de agentes externos de interferirem no metabolismo das plantas, o que pode resultar na redução da produtividade.
Os defensivos agrícolas são exemplos de agentes que podem causar problemas à produção. Quando estes componentes são aplicados em níveis superiores aos adequados, ocorre o excesso de estresse oxidativo nas células, que gera incômodo fisiológico na planta e pode provocar danos.
Vale dizer que a presença de fitotoxicidade não resulta necessariamente em grandes perdas de produtividade. Por isso, esteja atento principalmente ao manejo de pragas, plantas daninhas e fungos, já que estes podem trazer perdas ainda maiores e irreversíveis para sua plantação.
Sintomas da fitotoxicidade na soja
Entre os sintomas da fitotoxicidade na soja, podemos observar amarelecimento, clorose, queima, secas, manchas e estrias. Estes se apresentam quando ocorre degeneração do protoplasma, que resulta na morte de células, órgãos e tecidos. A fitotoxicidade de glifosato na soja, por exemplo, causa amarelecimento.
Em alguns casos, é possível também observar o subdesenvolvimento de plantas, albinismo, engrossamento e encarquilhamento. É importante saber que os sintomas nem sempre são visíveis. Existe, por exemplo, a chamada fitotoxicidade fisiológica, que ocorre quando a planta não consegue metabolizar o produto por completo. Neste caso, os sintomas não são aparentes, e a planta pode sofrer danos fisiológicos.
Principais causas
Existem diversos fatores que podem resultar na fitotoxicidade, mas os principais estão relacionados ao ambiente. Temperatura, umidade, vento e condição hídrica no momento da aplicação são decisivos, isso porque o estresse hídrico resulta em maior risco de fitotoxicidade.
É importante observar também a idade dos tecidos, fase fenológica e cultivar utilizada. Se a planta está em uma fase fenológica mais avançada, possui menor capacidade de metabolização de produtos. Existem também cultivares mais sensíveis ao surgimento de fitotoxicidade, por isso fique atento.
O produto escolhido e a tecnologia de aplicação utilizada também são fatores que podem provocar o fenômeno. O uso de adjuvantes equivocados, por exemplo, pode favorecer o aparecimento de fitotoxicidade.
Como reduzir o risco de fitotoxicidade na soja?
Agora que você já conhece as principais causas, fica mais fácil saber o que fazer para reduzir o risco de fitotoxicidade na soja. É importante escolher produtos mais adequados para cada aplicação, e evitar aplicações em condições de estresse hídrico excessivo. Atrelado a isso, procure realizar as aplicações em condições meteorológicas adequadas – o ideal é fazê-lo em temperaturas de até no máximo 30ºC e umidade relativa superior a 55%.
Vale também evitar misturas de tanque perigosas, com combinações de produtos agressivos que podem potencializar o efeito de fitotoxicidade. Outro ponto que merece atenção é o volume de calda e o pH de calda, pois volumes muito baixos e pH inadequados para os produtos utilizados trazem riscos à produção.
Por fim, busque sempre informações na hora de escolher sua cultivar. Existem opções de maior risco à fitotoxicidade, por isso é importante considerar todo seu programa de aplicação.
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Por Especialistas TechA:
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