O bicudo do algodão é a principal praga detectada na Cultura no Brasil, podendo causar danos irreversíveis e perdas severas ao produtor. Por isso, vamos falar sobre o Manejo do Bicudo do Algodão, conhecendo suas principais características, danos e principais técnicas para cuidar da lavoura e impedir o ataque severo da praga. Acompanhe!
Principais características do bicudo do algodão
A principal característica do bicudo do algodão é seu aparelho bucal em formato de rostro, comum entre os besouros da família Curculionidae. Essa é também a característica responsável pela escolha do nome desta praga, que é considerada a principal da cultura no Brasil.
Na fase adulta, o bicudo do algodão pode medir entre 3 a 8mm, possui alta capacidade de dispersão e tem coloração variável, em tons de castanho acinzentado. Ainda sobre a fase adulta, estes insetos são comumente encontrados em botões florais da porção mediana da planta.
Vale dizer também que as larvas do bicudo podem medir até 1 cm de comprimento, e se desenvolvem no interior dos botões das flores e nas maçãs. O desenvolvimento completo do inseto pode ocorrer em 20 dias, contando com condições de altas temperaturas e alta umidade.
Danos causados pelo bicudo do algodão
O bicudo do algodão começa atacando pela bordadura, com foco principal nas estruturas reprodutivas. O ataque da praga ocorre por meio de perfurações, que resultam na destruição completa dos botões. Além disso, pode ocorrer ainda amarelecimento e queda dos mesmos.
É fundamental estar atento à presença desta praga, pois quando não é tratada desde o início, os efeitos na lavoura são irreversíveis. Uma opção é observar a presença do bicudo pelos orifícios causados pela alimentação dos insetos adultos.
Como realizar o manejo do bicudo do algodão?
A melhor opção para o manejo do bicudo do algodão é através do Manejo Integrado de Pragas. Isso porque é possível encontrar insetos tanto na região mediana da planta, quanto dentro das estruturas da planta, ainda como larvas. Diversas técnicas vão compor esse processo de manejo, conheça algumas delas a seguir:
Monitoramento
O monitoramento é um dos passos mais importantes para realizar o manejo. O ideal é iniciá-lo durante a entressafra, já que existe o risco de encontrar alguns insetos em restos culturais. Além disso, foco total no período que antecede a fase de produção de botões florais, já que este é o principal alvo do bicudo do algodão.
Controle comportamental
Para realizar o controle comportamental, é possível utilizar a técnica conhecida como “atrai e mata”, usando um tubo-mata-bicudo (TMB®). Trata-se de um tubo feito de papelão, revestido por um atraente alimentar e usado para liberar inseticidas. Esse tubo deve estar instalado na bordadura da lavoura, durante as fases de pré-plantio e após a colheita.
Controle cultural
Fique atento à época de plantio da região, pois essa prática pode encurtar o período com estruturas reprodutivas viáveis à praga. Além disso, logo após a colheita, é possível fazer a destruição de soqueiras, para que não surjam plantas de algodão ou rebrota na entressafra. O Vazio Sanitário também está entre as técnicas de controle cultural, e deve ser respeitado de acordo com as recomendações da sua região.
Controle biológico
No bicudo do algodão, o controle biológico pode ajudar a reduzir a população de pragas. Para isso, são usados os parasitóides Catolaccus grandis e Bracon vulgaris, que possuem maior potencial de redução natural da praga. Outra opção são os entomopatógenos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae. Porém, antes de tomar qualquer decisão, consulte as regras do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Controle químico
Sobre o controle químico, é importante deixar claro que deve ser feito com base nos dados de amostragens no monitoramento. Vale dizer também que só é possível realizar o controle químico na fase adulta, pois as demais fases se localizam dentro das estruturas reprodutivas. Lembre-se sempre de seguir as recomendações do fabricante.
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