O milho é um importante commodity mundial, sendo amplamente cultivado e comercializado em diversos países. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que cerca de 120 milhões de toneladas do cereal sejam produzidas na próxima safra, com aproximadamente 38 milhões de toneladas destinadas à exportação. 

Este cereal é conhecido na agricultura por ser muito versátil e produtivo, adaptando-se bem ao clima tropical brasileiro e sendo cultivado em todo o território nacional.

Se você quer começar a sua produção de milho, ou tem o desejo de expandir a variedade de cultivos em sua lavoura, continue a leitura e descubra mais sobre esse cereal de grande relevância para o Brasil e o mundo!

Os diferentes tipos de milho

Existem diversos tipos de milho no mercado, diferenciados por características como rigidez, tempo de maturação, coloração, tamanho e outras propriedades. 

É possível cultivar mais de uma espécie de milho na lavoura, prática conhecida como consórcio de culturas, que pode trazer várias vantagens para o produtor, desde que sejam consideradas questões como compatibilidade entre as espécies, manejo, espaço de área produtiva, entre outros fatores.

Confira os principais tipos de milho para plantio, produzidos e exportados no mercado, para você começar hoje mesmo o seu milharal:

Milho doce

O milho doce, resultado de modificação genética, é um dos mais consumidos no mundo. Ele produz fitoglicogênio ao invés de amido, tornando-o mais adocicado e adequado para enlatamento.

Além do sabor, as características do milho doce envolvem uma textura mais macia, interior translúcido e formato oval. A mecanização pode não ser necessária, reduzindo potencialmente os custos de produção. Suas espigas podem ficar bem cheias, então é preciso se atentar quanto ao espaçamento.

Esta espécie pode necessitar de uma maior disponibilidade hídrica, além de ser necessário considerar o manejo correto na colheita e pós-colheita dessa espécie de grão, por ser um dos tipos mais diferenciados de milho.

Milho pipoca

O milho pipoca é um dos tipos de milho que o Brasil mais exporta, sendo caracterizado por suas espigas menores, grãos mais rígidos, menores, de cor levemente alaranjada, e com sua camada externa (pericarpo) mais oclusa e endurecida. 

A principal característica que faz seu grão ser valorizado é a capacidade de expansão quando colocado em contato com óleo em alta temperatura, que faz com que a pressão em seu interior aumente, e ele estoure (se tornando a popularmente conhecida pipoca). Quanto maior é a capacidade do grão de se expandir, mais valorizado é o seu valor no mercado.

Milho para silagem

Utilizado em larga escala na alimentação de animais ruminantes na pecuária, o milho para silagem geralmente é do tipo dentado. Possui menor custo de produção, alta palatabilidade e alto teor de amido, aumentando o aproveitamento dos nutrientes pelos gados de corte e de leite.

Deve-se sempre se atentar quanto à sua digestibilidade para os animais, com um bom enchimento dos grãos e taxa nutricional em cerca de 30 a 39% de matéria seca.

Milho para grãos

Englobando uma variedade de espécies destinadas à produção de farinhas, fubá, amido e outras utilizações, o milho para grãos exige atenção às particularidades de cada espécie cultivada no manejo.Os tipos utilizados podem ser dentado, farináceo, duro, entre outros, que normalmente possuem maior teor de amido.

Como escolher o tipo de milho certo para plantar

Na hora de escolher o tipo de milho certo para plantar, é importante levar em consideração alguns fatores, como, por exemplo, se o plantio será híbrido ou com variedades. Os híbridos são mais uniformes na lavoura, possuem maior tecnologia e são mais produtivos, enquanto as variedades são geradas através de cruzamentos naturais das plantas.

 As variedades de milho possuem um potencial produtivo menor em relação aos híbridos, mas um de seus benefícios é que elas possuem um material genético mais estável, podendo ser utilizadas em várias safras sem perder a produtividade, o que não ocorre com os híbridos.

Independentemente do tipo escolhido, é fundamental investir sempre em sementes certificadas. Além disso, deve-se atentar às condições climáticas adequadas para que as plântulas obtenham um desenvolvimento mais eficaz.

Clima

O desenvolvimento do milho está ligado aos fatores edafoclimáticos (variações características do meio ambiente), como clima, disponibilidade de água, temperatura e radiação solar (ou luminosidade).

A temperatura possui uma relação direta com o milho, já que a temperatura da planta é a mesma do ambiente. Isso significa que em momentos de alta temperatura, o metabolismo da planta acelera, e quando está mais frio, seu metabolismo tende a diminuir.

 O cereal também necessita de muita água, podendo ser cultivado em regiões com até 5.000 mm anuais de chuva. Além disso, a radiação solar é essencial para o processo fotossintético, já que sem ela, o processo fotossintético do milho é inibido e ele não consegue atingir seu potencial máximo, por pertencer ao grupo C4, altamente eficiente na utilização da luz.

Solo

É necessário considerar três características principais do solo no cultivo do milho: textura, profundidade efetiva e declividade.

Solos de textura média ou argilosos são os melhores tipos para o milho, tendo uma proporção de argila, silte e areia que estão relacionados com a estrutura, permeabilidade, capacidade de troca, retenção de água e fixação de fosfatos. Por isso, os solos arenosos não são propícios para o cultivo do cereal.

O milho é uma planta cujo sistema radicular se desenvolve bastante, exigindo um solo profundo, com mais de 1 metro de profundidade para as raízes penetrarem livremente em busca de água e elementos para seu desenvolvimento. A inclinação do terreno deve ser plana e suave, com declividade de até 12%,  facilitando o controle de erosão e mecanização.

Finalidade do cultivo

O milho é um dos cultivos comerciais mais importantes das Américas, com registros de plantio há pelo menos cinco mil anos.

Sua importância econômica se dá pela versatilidade e formas de utilização em larga escala para a alimentação humana e animal, além de matéria-prima industrial. 

No Brasil, ele é um forte motor da produção rural, impactando fatores econômicos, sociais e culturais. Estima-se que cerca de 60% a 80% da produção brasileira de milho seja destinada à ração animal de todos os tipos. Em algumas regiões semiáridas, ele é usado como fonte de energia na alimentação humana.

Os benefícios de cultivar milho

Quando observamos as plantações de milho, notamos uma infinidade de possibilidades para o seu cultivo. Seja por meio de rotações de cultura, plantio tradicional ou direto, o milho se destaca como um dos grãos favoritos de muitos produtores brasileiros. Isso se deve à rentabilidade na aquisição econômica dos grãos e à possibilidade de comercializá-los com bom lucro no mercado interno e externo.

O cultivo de milho é tecnicamente viável quando se trata de rotação de plantio, auxiliando significativamente no controle de doenças, pragas e plantas daninhas. Essa prática também contribui para a proteção do solo, a reciclagem de nutrientes e ainda amplia a produtividade.

Além da versatilidade na utilização e nas formas de cultivo, os benefícios do milho se estendem às suas propriedades nutricionais e agronômicas.

Nutritivo

O milho se destaca pela presença de vitaminas do complexo B e minerais importantes, como magnésio, fósforo e cobre. O grão também é rico em antioxidantes, que auxiliam na absorção de nutrientes essenciais no organismo quando consumidos.

Versátil

Em geral, a produção de milho é produtiva, rentável e versátil. Como mencionado anteriormente, há diversas aplicações industriais e alimentares para os grãos, desde insumos para a produção agropecuária até como um dos alimentos fundamentais na dieta da população brasileira. O milho pode ser utilizado de várias formas: fermentado, triturado, na espiga, entre outras.

Fácil de cultivar

O plantio do milho pode ser relativamente simples. Para produzir uma safra produtiva, é necessário um solo fértil e rico em elementos nutritivos, principalmente nitrogênio. Se o milho não obtiver todos os nutrientes necessários, enfrentará dificuldades para se desenvolver.

Também é preciso considerar o potencial genético do grão, as condições da região de plantio e o manejo adequado da lavoura. Lembre-se de que o melhor período para o plantio depende principalmente de fatores externos, como a região e as previsões meteorológicas. 

Em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, o período recomendado é entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira quinzena de março. Quando essas condições estiverem em harmonia, espera-se obter uma safra com rendimento máximo.

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