Segundo a Embrapa, mais de 75% das culturas agrícolas de alimentos dependem da polinização, o que a torna fundamental para a produção mundial de alimentos.
Entretanto, este fator natural tem sido ameaçado pela defasagem dos habitats naturais, impulsionada pelos desmatamentos, poluição, mudanças climáticas e uso excessivo de substâncias químicas na agricultura.
Por essa razão, este assunto se torna emergente para o setor agrícola, que tem potencial para ser um agente de mudança, especialmente através da adoção de práticas sustentáveis. Continue a leitura e entenda melhor a importância da polinização para a agricultura!
O processo de polinização
O processo de polinização é muito simples: envolve a transferência do pólen localizado nas anteras (parte reprodutiva masculina) para o estigma (parte reprodutiva feminina), resultando na fertilização dos óvulos e o desenvolvimento de frutos e sementes.
Papel dos polinizadores
O processo de polinização ocorre por meio dos agentes polinizadores, incluindo insetos, pássaros, morcegos, vento e água. A diversidade desses agentes não apenas contribui para a produção de alimentos nas culturas agrícolas, mas também garante a sobrevivência de várias espécies de animais e plantas no ecossistema.
Quais são os tipos de polinização?
Entre as diversas espécies de polinizadores existem os diferentes tipos de polinização, cada um com seu mecanismo de atuação e especificidade das espécies. As transferências de pólen podem ser feitas por fatores abióticos (não vivos) ou bióticos (vivos).
Abiótica
A polinização abiótica é realizada por agentes não vivos, como o vento e a água. As plantas que dependem da polinização abiótica geralmente possuem flores pequenas e discretas, sem néctar ou odor para atrair animais polinizadores.
Em compensação, essas plantas produzem grandes quantidades de pólen leve e seco, facilmente transportado pelo vento ou pela água. Apesar de menos eficiente que a polinização biótica, essa estratégia reprodutiva é bem-sucedida para muitas espécies vegetais em ambientes onde os polinizadores bióticos são escassos ou inexistentes.
Biótica
Realizada por agentes vivos, como insetos, pássaros e morcegos, a polinização biótica é um processo altamente eficiente para muitas culturas agrícolas, incluindo frutas, legumes e nozes.
Os polinizadores transferem o pólen entre flores, aumentando as chances de fertilização e produção de sementes viáveis. Normalmente, as plantas que dependem desse tipo de polinização geralmente têm flores grandes e vistosas, exalam aromas atraentes e produzem néctar para atrair os polinizadores.
Quais os principais polinizadores?
Como vimos, a polinização biótica é a mais bem-sucedida para a produção de alimentos e preservação da biodiversidade. Sem os agentes polinizadores, a segurança alimentar global seria drasticamente comprometida, o que torna necessário proteger os habitats naturais desses polinizadores e promover práticas agrícolas sustentáveis para garantir sua sobrevivência.
Conheça os principais polinizadores:
Abelhas
As abelhas são responsáveis pela maior parte de toda a polinização, incluindo a maioria das culturas agrícolas. Elas se atraem por flores mais aromáticas e vibrantes e transportam uma maior quantidade de pólen em relação a outras espécies.
Borboletas
As borboletas se alimentam do néctar das flores, tornando-se importantes agentes polinizadores de plantas com néctar abundante e cores vibrantes, como girassol, erva-cidreira, alecrim, lírio, além de diversas frutíferas.
Moscas
Certos tipos de moscas também desempenham um papel importante na polinização. Elas são atraídas por plantas de odores mais intensos e contribuem para a polinizar áreas montanhosas e de elevadas latitudes.
Pássaros
Pássaros, como beija-flores, são fundamentais na polinização de certas espécies de plantas que se adaptam às suas características comportamentais e anatômicas, como flores tubulares, frutas tropicais e plantas com néctar abundante.
Importância da polinização para a produção de alimentos
A polinização é essencial para grande parte da produção global de alimentos, pois sem ela, não ocorre a produção de sementes através da fecundação.
Esse processo não só garante a disponibilidade de alimentos nutritivos, mas também contribui para a conservação da biodiversidade dos ecossistemas e impacta a produção de fibras, óleos e biocombustíveis através dos recursos naturais.
Dessa forma, é necessário entender como a polinização afeta o sistema produtivo e a rentabilidade das safras.
Aumento da produção e qualidade dos frutos
A polinização desempenha um importante papel no aumento da diversidade genética das plantas e na produtividade agrícola. Ela contribui para o desenvolvimento de sementes e define características físicas dos alimentos, como tamanho, forma, durabilidade e qualidade dos frutos em várias culturas.
Com a escassez dos agentes polinizadores, ocorre a diminuição da produção global, afetando a quantidade e qualidade dos frutos, além de ter implicações financeiras.
Isso ocorre, pois aumentam os custos associados à produção agrícola, especialmente quando a polinização manual se torna necessária para garantir a segurança alimentar – uma realidade já enfrentada em alguns países, como a China.
Assim, para manter o equilíbrio ambiental e a produtividade das culturas agrícolas, é crucial a adoção de práticas sustentáveis que promovam o aumento da população dos agentes polinizadores.
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