Apesar de ser um fenômeno complexo, acredita-se que as mudanças climáticas podem tornar eventos naturais, como a La Niña, mais intensos e frequentes. Este é um dos motivos de tornar esse tema tão relevante em 2023.
La Niña é um evento climático natural que acontece quando as águas do Oceano Pacífico resfriam demasiadamente, provocando alterações significativas de precipitações e de temperatura em várias regiões do mundo.
Continue a leitura para entender mais sobre o fenômeno, e poder se preparar para as mudanças previstas para proteger suas produções agrícolas!
Quais as características do La Niña?
Diferente do El Niño, que provoca um aumento excessivo de temperatura no hemisfério sul, o La Niña causa períodos mais frios, inundações e deslizamentos de terra.
La Niña causa um resfriamento anormal nas águas do Pacífico, no qual as águas profundas emergem à superfície ao leste – ou leste Equatorial – do oceano Pacífico, juntamente com a intensificação dos ventos alísios na direção oposta. O resultado é uma mudança no ciclo geral da atmosfera, que faz com que diferentes partes do mundo sofram com eventos climáticos adversos, como oscilações de temperatura, precipitações intensas e secas prolongadas.
Quais os efeitos?
Como vimos, a mudança na circulação atmosférica causa alterações climáticas intensas por todo o mundo. Na prática, representa que as regiões como a Ásia, Oceania, América Central e do Sul, podem sofrer mais com inundações e deslizamentos de terra em períodos de La Niña, enquanto o hemisfério norte do globo sofre mais com um inverno mais rigoroso, períodos de seca e até furacões.
Alguns países do Pacífico Central e América do Sul também podem sofrer com períodos de secas severas e intensificação do frio.
Compreendendo as Causas do La Niña
Em síntese, compreendemos que a intensificação dos ventos alísios e a variação na circulação atmosférica são as ‘’causas’’ dos efeitos do La Niña. Mas afinal, quais seriam os motivos por trás dessas mudanças atmosféricas para causar tantas adversidades?
Assim como o El Niño, as causas que provocam o fenômeno La Niña também não são completamente compreendidas pelos pesquisadores. No entanto, existem outros fatores que acreditam ter relação com o acontecimento desses fenômenos. Veja a seguir.
Fatores que Desencadeiam o fenômeno
O aquecimento global pode ser um grande fator que propicia a mudança da circulação atmosférica e as condições climáticas. Portanto, é um fator que contribui muito para a intensidade e frequência de fenômenos como o La Niña.
Como um ‘’efeito cascata’’, o aquecimento global pode interferir em vários outros sistemas, que por sua vez podem propiciar o La Niña. Uma pesquisa publicada na revista científica Nature Climate Change em 2022, aponta que uma mudança que vem acontecendo na salinidade do oceano pode causar o resfriamento das águas. Outra pesquisa, publicada na Science, aponta que as atividades vulcânicas podem interferir na circulação atmosférica. Todos esses fatores possibilitam o La Niña.
Qual influência do La Niña no Brasil
No Brasil, o La Niña pode interferir no clima de todo o país, causando, desde períodos de seca e estiagem em algumas regiões, à chuvas em excesso, predispõe a inundações e a deslizamentos de terra em outras regiões.
Nos últimos anos de La Niña, entre 2020 e 2022, houve diversas inundações em municípios, enquanto o extremo oposto do país sofreu grave seca entre o final e o começo do ano.
A influência do La Niña no Brasil normalmente se intensifica no período de primavera (entre outubro e dezembro), mas pode se estender até o começo do inverno do ano seguinte ao fenômeno.
Quais regiões do Brasil sofrem alterações
As regiões do Norte e Nordeste do Brasil sofrem os impactos da La Niña com enchentes e deslizamentos de terra, devido a um aumento significativo na umidade relativa. Enquanto no Sul do país, sofre com períodos graves de seca e estiagem. Nas regiões mais centrais do Brasil, os impactos são um pouco mais neutros.
Um estado que merece bastante atenção nesse período é o Amazonas, que fica propenso a chuvas bem expressivas, causando o transbordamento dos rios, o que pode afetar as comunidades que dependem da pesca na região, além de impactar também a agricultura local.
O que interfere no fator climático global
Em resumo, eventos como o La Niña e o El Niño modificam toda a dinâmica da atmosfera, o percurso dos ventos e temperaturas, interferindo em todo o ecossistema global. Comumente, esses fenômenos acarretam em diversos problemas para os municípios e produções agrícolas em todo o mundo. Mas, apesar de nem sempre ser possível prever totalmente os efeitos deles, existem formas para monitorar, antecipar, e se proteger contra os efeitos negativos dos eventos naturais.
Importância para meteorologia
Dentro dessas análises e acompanhamento do clima global, entra a importância da meteorologia. É ela quem realiza os estudos e monitoramento constante para antecipar os possíveis efeitos climáticos globais, e assim, toda a população consegue se precaver.
A Ciência Atmosférica consegue prever com mais precisão implicações como o impacto das chuvas, atividade de ciclones, padrões de ventos, recursos hídricos das regiões, temperatura global, e diversas outras previsões climáticas a nível.
Medidas de Adaptação e Mitigação
Com a ajuda dos órgãos que prevêem esses acontecimentos, a população consegue tomar medidas para mitigar e se adaptar aos possíveis efeitos.
Algumas ações envolvem políticas públicas, como a construção de barragens, o plantio em massa de árvores para diminuir o risco de erosão, aplicação de planos de emergência para a população e comunidades vulneráveis, assistência financeira em caso de perdas, investimento em tecnologia para sequestro de carbono, e programas educacionais para a conscientização, tanto dos efeitos quanto para a prevenção das mudanças climáticas e saúde do meio ambiente.
Com relação à agricultura, é importante investir em seguros agrícolas para a proteção financeira do produtor. A agricultura digital também ajuda no monitoramento e análise constante de toda a propriedade e lavoura, e no mapeamento do clima. Além disso, é fundamental dedicar-se às práticas de agricultura sustentável a fim de mitigar os efeitos a médio e longo prazo.
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