O bicudo-da-soja, também conhecido como tamanduá-da-soja, é uma das pragas que mais preocupam os sojicultores atualmente. Isso porque este é um inseto de difícil controle, e que pode causar danos irreversíveis à plantação. Observa-se um efeito maior dessas pragas principalmente em locais que realizam cultivo mínimo e semeadura direta.
Hora de entender um pouco mais sobre o bicudo-da-soja, suas características, danos e melhores estratégias de controle para estar preparado e proteger sua produção.
Características do bicudo-da-soja
O bicudo-da-soja pode atacar a soja durante todo o ciclo de desenvolvimento. Por isso, para identificar mais facilmente a praga e proteger a lavoura, é importante conhecer as características do bicudo-da-soja. O inseto tem esse nome popular por ter como principal característica seu rosto ou “bico”. Quando adulto, pode medir cerca de 8 mm de comprimento, sendo assim um pequeno inseto.
O bicudo-da-soja é escuro, com listras amarelas na cabeça e élitros, e tem asas mais duras. Os adultos podem ser encontrados em lugares como a parte abaxial das folhas e em hastes. Podem estar também em folhagens e restos de cultura no solo, dependendo da hora do dia.
Já as larvas medem cerca de 10 mm de comprimento, são brancas e com cabeça castanho-escura. Estas se desenvolvem dentro da haste principal da planta. É importante estar atento desde o início, pois ao final do período larval, esses insetos vão para o solo e se mantêm inativos por um tempo. O problema nesse momento é o manejo, já que ficam em profundidade de 5 cm a 10 cm.
Sintomas e danos causados
O bicudo-da-soja pode ser pequeno, mas os danos causados por ele são extremamente preocupantes, e podem ocorrer tanto na fase adulta como no período larval. O momento mais crítico de ataque é durante a fase inicial da cultura. Isso porque o adulto “raspa” a epiderme das hastes das plantas, desfiando o tecido vegetal.
Como nesse momento as plantas ainda não estão totalmente estruturadas, o ataque pode resultar na perda total da lavoura. Se o ataque ocorrer mais tarde, com as larvas se desenvolvendo na haste principal, estas formam galhas, e a planta pode se quebrar com vento ou chuvas. Fique atento à formação destas galhas caulinares, pois são típicos sintomas da presença de bicudo-da-soja.
Vale dizer que os ataques desta praga podem ocorrer em diversas regiões do Brasil. Porém, atualmente, surgem principalmente em municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Estratégias de controle do bicudo-da-soja?
O bicudo-da-soja é uma das principais pragas que afetam a cultura da soja no Brasil. Para controlá-lo, é importante adotar estratégias integradas, que envolvam medidas preventivas e curativas. Entre as principais medidas preventivas, estão a rotação de culturas com plantas não-hospedeiras, como milho, crotalária, sorgo, girassol e algodão, e a adoção de práticas de manejo adequadas, como o uso de cultivares resistentes e o plantio em épocas estratégicas.
Além disso, as medidas curativas incluem a aplicação de inseticidas específicos, a utilização de armadilhas e a destruição de restos culturais. A combinação dessas estratégias pode reduzir significativamente a população do bicudo-da-soja e, consequentemente, minimizar os danos causados à lavoura.
Como já vimos, o bicudo-da-soja pode trazer perdas tremendas e irreversíveis à produção. Por isso, conhecer as técnicas mais eficazes de manejo é essencial. O ideal é investir no Manejo Integrado de Pragas (MIP), para aplicar uma série de técnicas que deverão contribuir para a redução da população.
Somado a isso, é possível usar o controle químico ou o tratamento de sementes de soja com inseticida, apenas nas bordaduras. Esse conjunto de táticas pode reduzir a população da praça e tornar dispensável a necessidade de pulverização em toda a área.
Veja também: Fitotoxicidade na Soja: como reduzir?
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