Você já está familiarizado com a brusone no trigo? Entre tantas doenças que podem afetar a Cultura do Trigo, esta merece uma atenção especial, e você vai entender o motivo a seguir. No conteúdo de hoje do Universo AgroGalaxy, entenda o que é a brusone, as causas do seu surgimento, seus principais sintomas e quais técnicas mais adequadas de manejo. Acompanhe abaixo!
O que é brusone?
Brusone é considerada a principal doença que afeta a Cultura do Trigo, causada pelo fungo Pyricularia grisea. Isto porque ela é responsável pelos maiores prejuízos na lavoura. Um ataque severo da doença pode resultar em perdas de até 60% no rendimento dos grãos.
Os sintomas da brusone no trigo podem ser observados em toda a parte aérea da cultura, causando principalmente um branqueamento das espigas a partir do ponto de infecção.
O que causa o surgimento de brusone no trigo?
A brusone é uma doença favorecida por condições de precipitação pluvial elevada, dias nublados e temperaturas que variam entre 24 e 28ºC. Quando as condições coincidem com o período de desenvolvimento da lavoura, a doença causa danos ainda maiores. Por isso, é fundamental conhecer as condições climáticas do local onde o cultivo será realizado, além de saber também a época de florescimento da cultivar usada.
É importante ter em mente que a infecção pode sobreviver nas sementes atingidas, em hospedeiros secundários ou em restos culturais. Por seu tamanho e peso, os esporos são facilmente dispersos pelo vento, e podem atingir áreas bem distantes. Fique atento também às plantas invasoras que podem servir de hospedeiras para a brusone.
Sintomas da presença de brusone no trigo
A brusone pode se apresentar em diversas partes do trigo, em todos os seus estádios de desenvolvimento. Os principais sintomas nas folhas, por exemplo, são pequenos pontos com coloração castanha, que se desenvolvem para manchas elípticas, que podem variar de 1-2cm de comprimento por 0,3-0,5cm de largura.
Já na região dos entre-nós, o sintoma mais comum é o surgimento de manchas elípticas escuras, com centro cinza e bordas marrom-avermelhadas. Na região dos nós, as lesões que se apresentam têm coloração marrom, e podem atingir as regiões do colmo mais próximas aos nós atingidos.
Na região das panículas, a brusone pode surgir no raque, nas ramificações e no nó basal. No raque e ramificações, as manchas que se apresentam são marrons, e não costumam apresentar forma definida. No nó basal, as lesões são marrons, circundando a região nodal e provocando seu “estrangulamento”.
Quando os grãos são infectados, apresentam manchas marrons nas glumas e glumelas, que podem ser facilmente confundidas por outros fungos. Estes também ficam menores e enrugados, resultado da interrupção no fluxo de nutrientes a partir da infecção na ráquis.
A identificação da doença é fácil no campo, já que a espiga apresenta coloração dupla, sendo branco-palha acima da infecção e verde abaixo. Além disso, existem os sintomas nas folhas, como já mencionamos.
Manejo de brusone no trigo
O manejo de brusone é necessário principalmente para reduzir as perdas de produtividade, e é importante ter em mente: esta doença não é fácil de controlar. Para o manejo eficiente, é necessário adotar medidas como rotação de culturas, janela de plantio, uso de cultivares resistentes e controle químico.
A rotação de culturas ajuda a diminuir a quantidade de inóculo inicial, que resulta também na diminuição da incidência e do progresso da epidemia; já a janela de plantio é útil pois, em plantios tardios, a doença se desenvolve menos. Por outro lado, é preciso ter muita atenção ao optar pelo controle químico.
Uma das dificuldades com o controle químico é atingir o alvo da aplicação. É importante realizar a aplicação dos fungicidas no final da fase de emborrachamento, e repetir a pulverização durante o florescimento, que ocorre por volta de 15 dias após a aplicação anterior. Uma boa forma de aprimorar o manejo da doença é ter atenção também às condições climáticas na fase reprodutiva.
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