O que você sabe sobre a mancha olho-de-rã? Essa doença comum na cultura da soja assombra produtores em todo o país, e chegou a hora de conhecê-la mais a fundo. A seguir, entenda o que é a mancha olho-de-rã, conheça suas características, e saiba como realizar diagnóstico e manejo adequado.
Boa leitura!
O que é a mancha olho-de-rã na soja?
A mancha olho-de-rã é uma das principais doenças da cultura da soja, temida pelos produtores há anos. Isso porque esta foi a grande responsável pela primeira epidemia na produção brasileira de soja, que ocorreu em 1971 no Paraná.
A doença afeta as partes aéreas da planta, com sintomas nas folhas, hastes, vagens e sementes. Assim, prejudica o rendimento e a qualidade dos grãos. Outro fato importante é que o fungo causador da doença apresenta variabilidade genética, com 25 raças já identificadas no Brasil.
É possível que a mancha olho-de-rã afete a plantação em qualquer estádio da cultura, mas a doença é mais comum no período reprodutivo da soja.
Características da mancha olho-de-rã
A mancha olho-de-rã é caracterizada principalmente por pequenos pontos de encharcamento, que evoluem para manchas arredondadas, de coloração castanho-claro no centro. O tamanho das manchas pode variar entre 1mm a 5mm de diâmetro, e no geral, se apresentam primeiro em folhas jovens da soja.
Acontece que conforme a doença evolui, essas manchas vão se unindo e causando desfolha prematura, o que resulta em uma redução da área de fotossíntese da planta, e por consequência, vai afetar gravemente a qualidade dos grãos.
Outros sintomas surgem em outras partes da planta, como nas hastes, em que as manchas se apresentam em formato elíptico ou alongado. Sua cor é acinzentada, com uma borda avermelhada. Já nas vagens, as manchas têm o centro em formato circular e cor castanho-escuro.
Por fim, é possível observar sintomas nas sementes de soja. Quando infectadas, podem ter rachaduras e manchas de cor castanha, para ou cinza.
Diagnosticando a mancha olho-de-rã na soja
É preciso ter em mente que o diagnóstico da mancha olho-de-rã não é dos mais simples, principalmente porque os sintomas da doença são facilmente confundidos com outras doenças ou mesmo com fitotoxicidade resultante do uso de herbicidas.
A melhor forma de diagnosticar a doença é através de monitoramento constante, para garantir uma antecedência na detecção, e análises foliares, a partir do envio de amostras a um laboratório.
Conte sempre com a orientação de um engenheiro agrônomo especializado para ajudar na identificação correta e nas recomendações de manejo eficiente.
Qual o ciclo da doença?
Fique atento pois o fungo causador da mancha olho-de-rã sobrevive em restos culturais e nas sementes de soja. Por isso, a infecção de sementes garante a sobrevivência do patógeno por um período de 6 a 7 meses, além de sua disseminação a longas distâncias.
Confira o ciclo da mancha olho-de-rã:
Manejo e controle da mancha olho-de-rã
É altamente recomendado o uso de cultivares resistentes à mancha olho-de-rã como forma de manejo. Isto porque esse tipo de cultivar não tem custo alto para o produtor, e ainda é uma alternativa segura do ponto de vista ambiental.
Caso opte por cultivares tradicionais, certifique-se de incorporar os restos vegetais ao solo após a colheita, o que deve diminuir a sobrevivência do patógeno na próxima safra. Boas práticas agronômicas mais simples também são importantes para controlar e evitar a doença, como o preparo adequado do solo, o uso de rotação de culturas, uma adubação bem equilibrada, uso de sementes certificadas, entre outras.
O controle químico também é uma opção comum de manejo, mas lembre-se de sempre consultar um profissional antes de tomar qualquer decisão. Os produtos registrados na soja para controlar a mancha olho-de-rã são carbendazim, carboxina + tiram, difenoconazol, fludioxonil, e tiram.
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