Você sabia que a má gestão dos resíduos gerados pela produção agrícola pode estar colocando sua lavoura em risco?

É possível fazer uma gestão de resíduos agrícolas eficaz adotando ações importantes, como compostagem, reciclagem, controle integrado de pragas e doenças, reutilização de recursos e embalagens, descarte adequado, tratamento regulado de efluentes, entre diversas outras ações em conjunto. 

Preparamos esse material completo para te ajudar a entender melhor a importância de uma gestão de resíduos agrícolas adequada para proteger sua lavoura. Continue a leitura e entenda mais!

Importância da gestão adequada dos resíduos

A gestão eficiente dos resíduos agrícolas é crucial para evitar a contaminação dos recursos naturais, agroecossistemas e do meio ambiente. Esta contaminação pode levar à proliferação de pragas e doenças, impactando negativamente o solo, a água, a biodiversidade, a produtividade e os custos de produção da lavoura.

Além disso, uma gestão correta de resíduos pode se tornar uma prática sustentável vantajosa. Ela não só contribui para a preservação ambiental, mas também pode agregar valor à sua produção através da reutilização de matéria orgânica, seja na própria plantação ou na geração de matéria-prima para biocombustíveis e outros subprodutos.

Quais são os tipos de resíduos agrícolas?

Basicamente existem os resíduos sólidos e os resíduos líquidos. Os resíduos sólidos são embalagens de insumos, restos de colheitas e outros descartes vegetais, além de esterco e outros tipos de matéria orgânica de origem animal. 

Os resíduos líquidos são aqueles provenientes da agroindústria e incluem a água residual das produções que contém vestígios de componentes químicos dos agrotóxicos, defensivos e demais produtos agrícolas.

Desafios da gestão de resíduos agrícolas

Gerenciar o alto volume de resíduos gerados pelas produções agrícolas requer planejamento, infraestrutura, investimento e recursos tecnológicos. Como resultado disso, muitos agricultores enfrentam desafios para manter uma gestão eficaz a longo prazo.

A gestão inadequada desses resíduos pode desencadear uma série de danos aos ecossistemas locais, poluir os recursos hídricos e emitir gases de efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas e afetando a saúde humana e animal. 

Vamos entender melhor essas consequências e impactos.

Poluição do solo e da água

O solo tem um papel essencial como filtro na retenção e degradação de poluentes, com sua eficácia diretamente ligada à quantidade de matéria orgânica, vegetação e à integridade de suas características físicas e químicas. Quando saudável, a concentração de substâncias ou elementos químicos no solo é igual ou inferior ao valor de referência.

Quando exposto a uma alta quantidade de resíduos sólidos, enfrentamos uma grave ameaça à saúde do solo, resultando na diminuição da vegetação e dos nutrientes, aumento da erodibilidade, salinidade e risco de transformar terras férteis em áreas inadequadas para produção agrícola. Pelo ponto de vista econômico, a baixa qualidade do solo afeta diretamente na rentabilidade, ao aumentar os custos de operação para reverter esse desafio.

E não para por aí! A água e os lençóis freáticos também podem ser contaminados devido à infiltração desses resíduos que tendem a se dissipar e escoar rapidamente, alterando as características físico-químicas e biológicas do ambiente.

Por isso, é válido destacar a importância de uma abordagem cuidadosa ao usar esses produtos na plantação, incluindo um estudo aprofundado do solo, uma análise da dinâmica da água na área e compreensão das características e comportamento de cada princípio ativo dos agrotóxicos.

Produção de gases de efeito estufa

A produção de gases de efeito estufa é outro aspecto preocupante. Isso ocorre quando resíduos orgânicos são deixados em decomposição sem tratamento adequado, liberando grandes quantidades de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) na atmosfera,  contribuindo para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global.

Impactos na saúde humana e animal

Os impactos na saúde humana e animal também são notáveis. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 25% dos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil contêm resíduos de agrotóxicos acima do permitido ou não autorizados. Essas substâncias podem se acumular no corpo ao longo do tempo, aumentando o risco de doenças graves.

As crianças são particularmente vulneráveis devido à alta permeabilidade intestinal e ao sistema de desintoxicação em desenvolvimento, tornando-as mais sensíveis aos componentes químicos.

Quanto aos animais, a exposição a essas substâncias pode levar ao envenenamento agudo ou crônico, afetando a saúde e a produtividade do gado, aves e outras espécies criadas para consumo humano. A contaminação ainda atinge diretamente os habitats naturais dos animais, contribuindo para a perda de biodiversidade e o desequilíbrio nos ecossistemas.

Desafios gerados pela lavoura

Além dos pontos mencionados, a agricultura intensiva também contribui para a geração de resíduos em grande quantidade, apresentando desafios adicionais aos produtores.

  • A falta de regulamentação adequada e políticas públicas eficazes dificulta a implementação de técnicas sustentáveis. Muitos produtores desconhecem essas medidas, o que torna a sua adoção ainda mais desafiadora.
  • Algumas implementações para a gestão de resíduos agrícolas muitas vezes requerem um investimento inicial maior em tecnologia, equipamentos e pessoal especializado. Para pequenos agricultores ou comunidades rurais com recursos limitados, esses custos podem ser limitantes.
  • A gestão eficaz de resíduos agrícolas requer mão de obra especializada. Investir em cursos e treinamentos é fundamental para promover mais consciência acerca do tema e garantir sua implementação bem-sucedida. 

As tecnologias e inovações na gestão de resíduos

Atualmente, existem diversas soluções tecnológicas que chegam para otimizar processos agrícolas e tornar as produções mais sustentáveis. No âmbito da gestão de resíduos, as inovações surgem para cooperar em análises, rastreabilidade, valorização de resíduos e potencialização da reciclagem.

A Biotecnologia, por exemplo, acelera o processo de reciclagem através do desenvolvimento de bactérias e enzimas. O Big Data permite a análise de grandes volumes de dados para estabelecer padrões na separação, identificação, previsão de coleta e rotas de transporte.

O uso de Sensores Inteligentes (ou a tecnologia ‘Internet das Coisas’) se dá, principalmente, através do rastreio desses resíduos, a geração de análises com o monitoramento e o uso de dados coletados. 

O Blockchain realiza o rastreio dos resíduos para garantir a conformidade com as normas legais e o fluxo correto dos resíduos. Essas e outras tecnologias, em conjunto, garantem uma gestão de resíduos agrícolas adequada, regulamentada e otimizada, reduzindo custos e agregando valor.

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