As doenças foliares da soja costumam causar mais de 30% de perda da produção. No entanto, com o manejo adequado, a devida identificação e controle, esses problemas podem ser minimizados ou até mesmo eliminados.

Continue a leitura para compreender tudo sobre as doenças foliares da soja e saber sobre como agir de maneira rápida e eficaz!

O que são doenças foliares da soja?

As doenças foliares da soja são enfermidades que afetam as folhas dessa cultura, podendo prejudicar o desenvolvimento e a produtividade das plantas em diferentes estágios de seu ciclo de vida.

Na maioria dos casos, elas são causadas por fungos, que podem afetar não só as folhas, mas também toda a estrutura das plantas, desde as raízes até os grãos, dependendo do tipo de hospedeiro. Os fatores que predispõem às doenças foliares são diversos e vão além das condições climáticas.

Quais são os sintomas das doenças foliares da soja?

Os sintomas das doenças foliares da soja variam conforme o hospedeiro e a doença manifestada. Em geral, uma das características mais marcantes é a presença de pontos, manchas e lesões de diferentes colorações e contornos. Outros sintomas envolvem o prejuízo na fotossíntese, a desfolha, necrose, apodrecimento, deficiências nutricionais e hídricas, e perdas na produtividade.

Veja alguns dos principais sintomas das doenças foliares de soja:

  • Ferrugem Asiática: causa manchas cinzas na fase inicial, evoluindo para um tom marrom-avermelhado ou preto, com halo amarelado. Ao avançar, é possível observar pústulas fúngicas de coloração marrom-clara. Ela atinge principalmente as folhas no início da floração e pode afetar em até 90% a produtividade se não for controlada.
  • Oídio: coloração varia de branco a bege, tornando-se castanho-acinzentado com o tempo. Afeta principalmente folhas e hastes, causando sua secagem e queda, e pode prejudicar outras estruturas como pecíolo e vagem.
  • Mancha-alvo: gera lesões que afetam folhas, hastes e raízes, com halo amarelado e manchas circulares castanhas em casos mais avançados. Geralmente, provém de sementes infectadas, restringindo a absorção de água e nutrientes e causando o enfraquecimento e queda das folhas. Resíduos das colônias podem permanecer no solo, exigindo eliminação completa.
  • Antracnose: afeta a formação de vagens, folhas, caules e, em alguns casos, deteriora as sementes, reduzindo a quantidade produzida. Caracterizada por manchas focais escurecidas, manifesta-se nos estágios iniciais do desenvolvimento da cultura, podendo causar decaimento das plantas jovens e apodrecimento ou abertura de vagens.
  • Mofo-branco: afeta folhas, hastes, ramos, flores e raízes, causando o aparecimento de hifas de coloração branca. O período mais vulnerável vai da floração até o início da formação das vagens, resultando em folhas murchas e secas, podendo levar as plantas à morte.
  • Podridão-de-carvão: as folhas secam e desbotam, adquirindo cor amarronzada, enquanto a raiz fica acinzentada. Além disso, a epiderme apresenta massa escura de microescleródios (os hospedeiros da doença).

Quais são os principais patógenos causadores de doenças foliares da soja?

Atualmente, é possível identificar cerca de 40 patógenos causadores de doenças foliares na soja. Cada lavoura pode apresentar uma tendência maior a manifestar determinados patógenos com base nas condições climáticas, região e manejo do plantio.

Alguns dos principais patógenos causadores de doenças foliares da soja são os fungos:

  • Phakopsora pachyrhizi, causador da Ferrugem asiática
  • Erysiphe diffusa, responsável pelo Oídio 
  • Corynespora cassiicola, que provoca a Mancha-alvo 
  • Colletotrichum truncatum, causador da Antracnose 
  • Sclerotinia sclerotiorum, responsável pelo Mofo-branco
  • Macrophomina phaseolina, que provoca a Podridão-de-carvão
     

Quais são os fatores que favorecem o desenvolvimento de doenças foliares da soja?

Os fatores que predispõem às doenças em cultivos agrícolas são diversos, como o clima quente e úmido, sementes não tratadas adequadamente na indústria, infecção por restos culturais, manejo inadequado de pragas e doenças, entre outros.

Evitar patógenos que causam doenças no cultivo da soja requer atenção, recursos e pesquisa contínua, especialmente porque a transmissão de muitas doenças foliares ocorre por meio de sementes contaminadas e práticas inadequadas de manejo da lavoura.

Identificação de doenças foliares da soja

Como mencionado anteriormente, as doenças foliares apresentam características distintas, como manchas de cores variadas, folhas secas, queda precoce das folhas, áreas apodrecidas e enrolamento. Para identificá-las, é essencial observar periodicamente a safra e analisar a integridade física e saúde das plantas.

Além dos sintomas visíveis, considere o histórico da cultura e evite deixar qualquer resíduo para um novo plantio. A análise de amostras coletadas também auxilia na identificação de patógenos, no entanto, para obter um diagnóstico preciso, considere consultar um profissional especialista.

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Controle e manejo de doenças foliares da soja

Diversos métodos eficientes são utilizados para o controle de doenças foliares na soja, sendo um dos principais, a utilização de sementes de soja transgênica, que são geneticamente modificadas para aumentar sua resistência às doenças.

Quanto ao manejo, recomenda-se a rotação de culturas com milho ou trigo, por exemplo, através de práticas de plantio direto, eliminação de plantas hospedeiras e o aumento do espaçamento entre linhas, para evitar a disseminação de sementes contaminadas entre as culturas. 

Além disso, é fundamental o controle frequente das condições físico-químicas do solo, incluindo adubação, drenagem e análise da quantidade adequada de nutrientes para a planta.

Por fim, a utilização de tratamentos biológicos e químicos, como fungicidas, é essencial ao observar sintomas das doenças. O tratamento deve ser aplicado quando o nível de infecção estiver dentro da porcentagem adequada para iniciar a aplicação, considerando o desenvolvimento da soja para evitar danos à plantação e garantir que o número planejado de aplicações seja suficiente. Lembre-se de que atrasos na aplicação de tratamentos podem resultar na falta de eficácia no combate às doenças.

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